quinta-feira, 12 de maio de 2016

UM MUNDO DE POSSIBILIDADES





Mais uma vez vazio de pessoas.
Isso é bom, porque agora posso pensar em mim!
Talvez me falte poesia, ou agora me sobre, pois descobri que no amor vivido não cabe poesia.
Poesia cabe nesse vazio, nesse não importar-se.
Na liberdade de não ter um perfil pra visitar pra ver as últimas atualizações.
Não contar, somar as horas e os segundos da última visualização para decifrar paradeiros alheios.
Isso é o que poderíamos chamar de alívio.
Eu agora existo, uma vez que vivo de mim, amo a mim, e os outros que me amem, se quiserem, senão, não hão de fazer muita diferença.

Tava com saudade de mim!
Tava com saudade das minhas palavras cá escritas, não para alguém, mas para inflar meu próprio ego.
É! Eu não me importo!
Agora, nesse cheio de mim, me pego a pensar nas pessoas que ainda conhecerei e
 que repetirei minhas loucuras de amor.
Talvez, quando isso acontecer eu esteja pronto para, finalmente, ser de alguém e não tenha que destruir com minhas próprias mãos sentimentos tão bonitos.
Onde estarão as pessoas que ainda conhecerei?!
Devem estar por aí, mexendo no celular enquanto os pais alimentam um rebanho de cabras.
Ou quem sabe, fingem que não nascemos um para o outro. 
Fato é que não nascemos mesmo, mas o destino que se exploda!
Por onde andará o amor que ainda conhecerei?!
Deve tá lá em Feira de Santana, caminhando na calçada, pensando que o amor só existe naquela cidade.
Quem disse que as pessoas que ainda conhecerei não estejam agora em uma caverna, tentando existir.
Quem é que pode afirmar que as pessoas que ainda tenho que conhecer não estejam na esquina que nunca passei devido a rua ser muito esburacada.
Devem estar por ai, e não sabem que ainda terão a honra de se tornarem importantes, ou não, já conheci tanta gente que se foi e não fez diferença alguma.
Há pessoas que marcam, há outras, por mais que a gente tente torna-las importantes, não se tornam, porque estas existem cheias de coisas vazias.
Engraçado o quanto o vazio nos enche de possibilidades!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Mãe




No primeiro choro, um sorriso, uma lágrima de felicidade.
As mãozinhas fechadas, até parece que seguram um mundo.
A primeira respiração junto ao rosto, o toque da pele, é o mundo novo, uma nova parte da gente que nasce.
Na primeira amamentação: “ele parece tão frágil – e precisa tanto de mim”.
A primeira palavra dita, "mãe" é o universo.
Nos primeiros passos: aquele incentivo, uma vibração.
Nos primeiros tropeços: um puxão de orelha, um "vai de novo pra aprender"!
Em cada espinho e arranhões: Mertiolate, assopros, que logo vai sarar.
Nas primeiras traquinagens, uma bronca que dói lá no fundo.
Nas primeiras letras, aquele orgulho: "esse menino vai longe"!
No primeiro amor, a certeza que um dia ele vai criar asas.
Nos primeiros sonhos, um empurrão: "vai dar tudo certo"!
Na primeira conquista: um orgulho, uma vida que segue.
Nas decepções proporcionadas pelos erros comuns de todo mundo, uma esperança: "ele vai aprender algo de bom"!
Nos primeiros voos longe das protetoras asas maternas aquela insegurança: “ele ainda não sabe que
caminho seguir, eu é que sei”.
Na distância inevitável, uma saudade!
Em cada visita, um sonho realizado.
No primeiro neto: "até parece que ainda seguro aquele menino".
Nos subsequentes, é tudo igual, mas não no sentindo que não faz diferença, é tudo igual porque o amor é o mesmo.
Mãe é tudo igual, mas elas sempre fazem questão de nos lembrar que não somos todo mundo, simplesmente porque somos o mundo delas.