quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Por onde anda os meus caminhos?


Quantas aspirações absurdas! 
Quantos caminham orgulhosos em seus próprios anseios, orgulhosos por inúmeras informações que lhe são repassadas; como que,  o mundo caminha bem para a perfeição que nunca chega... 
Quantos caminham orgulhosos por caminhos que não conhecem, e mesmo assim, caminham. E eu que não dou um passo por que conheço estradas aos montes e estas que me surgem à frente, não me levam ao meu desejado destino. 

Tantos que permanecem estáticos em relação à vida e têm a sensação que caminham constantemente, e de certa forma, caminham mais que muitos que por medo esperam a via certa surgir para dar os primeiros passos.  
Tantos que não vêem a beleza que há na vida além do simples respirar, e mesmo assim, são mais felizes que estes que enxergam além do que não lhe foi dado para enxergar. 
E estes outros tantos que amam infinitamente menos que eu, e mesmo assim, vivem absurdamente mais amores; isto me leva a crer que o segredo do amor talvez não seja amar.
- Por onde andas as minhas estradas?

- Por onde corre os meus caminhos? Talvez tenha que ainda muito caminhar para encontrá-los! Ou talvez não os conheça. Ou como tantos; já me encontro no caminho e não percebo!    

- Por que haveria eu de ser especial? 
- Por que haveria eu de ser além de qualquer um que simplesmente vive? Há tantos com suas próprias aspirações, com seus próprios orgulhos. 

-Por que eu haveria de ser diferente? 

A estrada de cada um é esta que se segue sem rumo pra lugar nenhum e para uma certeza que ninguém precisa caminhar para alcançá-la. SAMUEL IVANI.

RAIMUNDOS ESQUECIDOS DO MUNDO.

RAIMUNDOS ESQUECIDOS DO MUNDO.  SAMUEL IVANI

Olha o esquecido  Raimundo
Raimundo das enxadas
Do sol longas jornadas
Hoje quase defunto
Ontem Da lavoura e da terra
Do sertão e da serra
Como tantos outros no mundo.

Aquele outro a passos lentos
É tratado de Raimundo filho
É novo, também esquecido
Mas, pra ele ainda há tempo
De mudar a sua  sina
E no mar da vida rinha
Ser tanto vela quanto vento.

Aquele outro  também a caminhar
É nos conformes  tratado,
De professor João letrado.
Nele há o orgulho de ensinar
A todos que queira aprender
Sendo que disseminar o saber
É dom e faz sem reclamar.

Caminham na estrada que brilha
Na  terra do sol que queima
Pouco Raimundo semeia
Mas de sol a sol é sua lida
E sabe que pra Raimundo filho
Que da vida é o motivo
Não deseja a mesma vida.

Conte-me  professor  de nota
Si é  boato ou  verdade
Que lá pras banda da cidade
Abriu um lugar que abre portas
Pra poucos e muitos
Como meu filho Raimundo
Que  prefere a escola. 

É verdade e  de longa data
104 anos  hoje já se comemora
Mudando a vida e a história
Arrancando trapos e pondo fardas
Em  Raimundos e Marias,
Antonios e Zacarias
Que outrora não tinham nada.

Como  haveria eu de não ter visto
Cem anos é o que diz?
Tem certeza que é no Brasil?
Há tempos que nesta terra vivo
E a pouco ouvi rumores sequer
Eu arrastando terra pro pés
Quando outro destino poderia ter tido.

Antes Senhor  não havia notado
Pois  só a  pouco neste município
Foi  aprovado e  estabelecido
 mais já estar  implantado
E seu Raimundo filho
Não será outro esquecido
E pra vida será preparado.

Professor  mais de um século
Hoje com honra se comemora?
E Tantos outros Raimundos sem escola.
Sem chances foram ao cemitério
Tantos   Raimundos que como eu não viram
Nasceram viveram e nada construíram
Havia necessidade mesmo deste mistério?

Havia tantos com outros interesses.
Havia  tantos com outras ambições
Educação para poucos em ações
Não é, ou não eram interesses destes
Educação  dá a terra muitos donos
E ao povo  o abandono
Garantiam as posses a estes  reis.

Dizei-me professor das letras
Que tempos Comemoramos
O muito tempo, os cem anos
Ou o pouco tempo estreito
Que este  instituto  conheço?
Comemoro de antes seu enredo
Ou futuro do tempo que chega?

Justo seria esquecido Raimundo.
Comemorar os tempos de agora
A vitória é o que se comemora.
E  não o conhecia este mundo
Celebra-se o tempo presente
 As vitórias de agora desta gente
Inclusive de seu filho Raimundo.

Haverá ele de ter diferente destino?
Professor, nestas andanças da vida.
Diferente dos  passos secos que tive?
Haverá ele de traçar outros caminhos?
Haverá  de ver outra cor no sol.
Além destas que queima os olhos
Além destas cores de  extermínio.

Lá é o instituto de ciências e tecnologia
Lá se Ensina tirar energia do sol
Ensina a construir o anzol
E as embarcações da vida
Não há de lhe faltar o peixe
Nem as malhas das redes
Que dá a vida à calmaria.

Por sorte senhor João letrado
Hoje a vida é diferente
Que bom que nossa gente
Pode fazer diferente do passado
Agora Não me conformo
 Com os  Raimundos de outrora.
Esquecidos e já acabados.

Meu caro Raimundo esquecido
A vida tem destas peças
Vida que o mundo atesta
Em suas  inúmeras injustiças
Olhemos agora pra frente
Fixemos nosso presente
E que o passado seja só registros. 

No meu tempo professor.
Quem não lavrava e colhia
Sedo logo morria
Como meu pai dizia
Quem do próprio suor não vive
Não merece o chão que pisa
Nem da vida as regalias.

Seu filho já é escolarizado
Já deve de ser muito astuto
Sendo que no instituto
Melhor  será preparado
Para as andanças da vida
Para aguçar a sabedoria
Deste que é  autodidata.

Sabes professor das salas
Auto didata, ou  alto que seja,
Importante é alto que ele chegue.
Não quero que sinta as faltas
Que nos coro um dia  passei
E se passar por  onde andei,
Que seja vencendo as batalhas.

Então que comemoremos
Professor das letras
Os poucos anos que seja
Que o instituto conhecemos
E que meus filhos e filhos deles
Comemorem  justamente
Os cem anos que conhecerem.

Então  que comemoremos
Raimundos esquecidos
As vitórias de teus filhos
Que não serão mais remendos
Nos farrapos do passado
Serão agora alfaiates
Da vida em seu próprio tempo.

Então que comemoremos
Ao menos os instantes
Raimundos  estudantes
O  tempo que conhecemos
Este amado instituto
E que mudemos o futuro
E com  luta passaremos
De Raimundos esquecidos
Para doutores bem vistos
E mestres de nosso tempo.

Ao final deste cordel
Dizei-me em que ele te vale?
Sei que Há nele tantas faces
há nele o brilho do céu
E também o sol que arde
Mas há sentido que se acabe
Sem a graça que ele pede.

Que valor a de ter este cordel?
Raimundo ou Raimundo filho
Ele Não me arrancou  risos
Devo realmente tirar o chapéu
Sei que Sendo Risos ou prantos
Triste ou cômico canto
Acredito que Cumpriu  seu papel.

Este cordel te vale em quê
Desconhecido Raimundo?
Ha de valer pouco ou muito?
Sei que Há nele teus por quês
Mas há de valer a vida
Ou os tempos esquecidos
Pelo o teu pouco fazer?

Valor há de ter João letrado,
Num sei que diabo é cômico.
Mas Valendo ou não, tem seu encanto.
E um valor há de ser dado
Ele aqui se encontra pronto
E sei que se ouvido por qualquer santo.
Já Há de ser um preço bem pago.

Ai estar à graça que me pede.
Sendo que agora estar  perfeito
E que a  comemoração se suceda
E nela a  alegria se complete 
Pois hoje Celebramos o aniversário
Do  instituto federal
Que  há tempos com honra faz  
de tantos Raimundos esquecidos
Tantos outros mestres queridos.
 Agora Só falta para este cordel
Os devidos parabéns
E aos professores também.
e nestas palavras que se repetem!
Desejo que por longos tempos
Ainda permaneça fazendo o bem.
A estes tantos Raimundos que o mundo esquece. 

domingo, 15 de setembro de 2013

VIDA!



Se dê a inocência, se prive.
Encante-se ao mínimo e viva.
Acostume-se com tudo
E sem viver as ilusões iluda-se.
Estranhe o mundo e aceite
As explicações sem sentindo.
Deite-se e não durma.
Ame e não busque.
Transmita a verdade
E nunca decida a realidade.
Encontre-se e será condenado.
Morra e ainda que vivo nascerá.
Acomode-se e nunca será eterno
Morra novamente e será esquecido.
Renasça e não verás a verdade dos céus.
Encontre o amor puro
E jamais o descreva.
Já existe um tipo estranho
De amor perfeito.
Diferente deste encanto, assusta.
Ame e não busque a razão.
Se buscares, e a encontrar
Abrirá mão do puro coração.
Encontre o amor verdadeiro
E viva; os derradeiros e primeiros
Sentimentos únicos e eternos,
Dessa vida e seu estranho enredo. 

SAMUEL IVANI.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

TEMPOS DA SAUDADE.

TEMPOS DA SAUDADE.

Tenho saudade de sentir saudade
Tenho saudade de ter algo longe para desejar estar perto.
E de sonhar... Como tenho saudade de sonhar;
Sonhar em atos heroicos
Onde Princesas são salvas de mal feitores, tão comuns quanto eu.

Saudades das loucuras que me tornavam humano
Saudades dos humanos que se foram com o tempo por que não eram meus.
Tenho Saudade de ser;  de ser acanhado, de ser estranho.
Bons tempos eram aqueles que corações disparavam
Só de imaginar as paixões que eram eternas em segundos.

Saudade do tempo que não se resistia à saudade
E encontrava desculpas sem sentido para matá-la a qualquer custo.
Saudade do ridículo das paixões, das insanidades sãs  
Que dava todo sentido a uma vida ainda em formação.
Saudade das vontades incontroláveis que mesmo sem realizá-las
Perdia-se em meio a outras e outras  e assim eternamente se vivia.

Saudade de tornar qualquer música trilha sonora de momentos
Que ocorriam apenas em minha mente.
Quão bom era ouvir estas trilhas sonoras do lado
de quem me induzia a criá-las
Mesmo sabendo que só  fazia sentido para  um dos dois.   

Saudade dos tempos das saudades que não voltam,
Mas hoje  este  tempo  pertence a outros,
Talvez não sintam na mesma intensidade que eu
Mas ainda é tempo de muitos,
E em pouco tempo será a saudade de outro sonhador.  

Samuel Ivani