sábado, 2 de agosto de 2014

Minhas palavras


Eu bem sei que não passo tanta confiança; sou inconstante, preocupo-me apenas com as minhas razões, eu sei... Mas toda vez que disse que precisava de você, que te queria, que te amava, eu não menti. O que sempre me fez fugir, desconversar, fora o fato que você desconversa mais que eu.  Eu não tenho medo de viver o que sinto, não tenho mesmo, medo eu tenho de não viver. Eu não resguardo sentimento, sempre falo o que sinto, embora a falta de reciprocidade aparente enfraqueça, com o tempo, esses sentimentos, mas sempre fora verdade, e ainda o é. Porém eu não posso viver só de sonhos, eu preciso de realidade... E o fato de eu tentar dividir o meu amor com tantas pessoas, é por receio da solidão. Quantas vezes eu disse frases que pensei em te dizer para outras, pois sabia que não reagiria bem, e sim, com indiferença. E não seria justo desperdiça-las aos ventos, que não ouvem o que digo tão pouco sopram de volta... Eu precisava de um pouco de carinho soprado de volta, era só. Só pedi que imaginasse dragões, era tudo que eu queria. Eu só queria que tivesse um pouco de coragem para enfrentar a vida, tal como ela é. E acredite, é muito simples.  Eu ainda ouço aquela música, ainda lembro-me de um passado que só eu imaginei. Porém, cheguei a um ponto que todas as energias disponíveis para gastar na conquista se foram, me resta agora aquela que surgiria se vivêssemos aquele sentimento que nem precisa de denominação: é um sentimento, construído ao longo do tempo e nos basta senti-lo. Eu queria tanto que tu lutasses, mas sabe, abertamente, talvez assim, me envergaria aos teus desejos, porque os meus, estes estão presos em um sopro sem vida de um tempo que passou e não vivi.   Lute, graciosamente e em silêncio. Seja como a lua, que influencia as marés  sem proferir uma palavra sequer. "Gestos"

Eu não vou deixar minha inspiração, as minhas razões desaparecer. Minha intensão é ficar, mas preciso que me deixe entrar. Aqui fora o vento sopra forte e me levará pra longe, pois o que me segura, está se desfazendo com o tempo. Eu ainda pretendo caminhar contigo  no asfalto, em um fim de tarde comum, pois eu ainda quero te dar aquela flor sem cheiro que nunca pude dar. 



Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença! Florbela Espanca