terça-feira, 5 de maio de 2015

EU MARIONETE



EU MARIONETE

De uns tempos para cá, me tenho humilhado para os mais reles dos homens.
Tenho me agachado em público e amarrado os cadarços
de meros homens com aspirações comuns, com vidas comuns.
Eu que tinha como certo que era maior; maior que os deuses, que os demônios,
maior que os reles mortais, e tenho deixado que estes cuspam a minha face.
Oh, o que me tornei? O que me tornaram?
Tenho sido tão comum, tão diferente de mim.
Tenho amado uma morena jovem, imatura, assim como amava na adolescência.

Tenho me pego pensando  nos sorrisos de uma garota linda, inteligente, jovem, perfeita e,
surpreendido-me sonhando em contos de fadas,
tal qual sonhava na minha mais tenra infância, tanto,
afim de conquistar essa paixão insensata do presente.
O que me tornaram? Maldito inútil que eu sou!
Devia eu, ser um pouco mais Eu,
ser arrogante e, dizer ao mundo que não preciso de ninguém!
Mas preciso daquele sorriso... Malditos sejam os sorrisos alheios de que preciso!
Sinto que, de uns tempos para cá, aceitei essa ordem vil da maioria,
embora tenho sido  ridicularizado sempre, por aqueles que eu, coitado, é que os achava ridículos.
Eh! Tornei-me o que eu mais temia e menosprezava: um fantoche da vida vivida.
É preciso que eu acorde para o mundo de sonhos novamente.
É isso do que preciso, e não, de sorrisos.

SAMUEL IVANI

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