quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Desconstruir


Tudo nessa vida é uma ilusão
uma construção daquilo que não é 
As flores, melhor ficariam em suas plantas mães 
Lá, elas seguiriam seu real propósito:
Frutificariam e, seus doces frutos saciaram a fome
de ferozes preás.
-  Ora presentes à corações apaixonados. 
Não sejam ridículos!  

As estrelas, corpos celestes,
tão distantes nascem e morrem
e se cá viessem
nos destruiriam com sua ponta única.
Ora, cinco pontas e fontes de desejos.
Não me façam rir! 

A lua, filha da terra, a terra retornará...
O coração, apenas músculo
bombeia sangue, amor, dor... 
Bem mais dor do que amor
Ou, talvez de tanto amar, coitado, 
desaprendeu a sonhar e só sabe doer
- Tudo é uma ilusão?

Os sonhos: as desilusões e o pouco realizar 
hão de torná-los um fardo ao coração senil. 
Os ombros: adornados de pele macia e negra, 
enrugarão.
As mãos: há de o tempo se encarregar de manchá-las
Os olhos puxados, de tanto ver, se cansarão
Os cabelos, de tanto eu amar, lá estão.
Os lábios meus, tão meus, salivados, 
jamais ressecarão. 
Os sorrisos, cá ficarão nas lembranças
 - Como não amar?!

O ventre, encaixe perfeito com meus desejos, o tempo o esticará.
As espadas, os escudos, as batalhas,
estas enfeitarão a parede de um velho que
cansado de tudo se questionará: 
Deus, que fiz eu da minha vida?
A saudade? Ah saudade, levante o olhar.
O tempo?!
Este ficará sendo usado por outros 
e outros... 






  


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