Não houve
ou haverá alguém no mundo
mais amargo do que eu!
Eu, não me comovo com o sacrifício
alheio
Não me importo com os espelhos que
refletem o meu eu.
Tampouco, com o que pensam os
tolos.
E os sábios, esses, apenas acham
que pensam.
Amargo sou e, as poesias de amor,
perseguem-me
como
formigas ao açucareiro.
Tolas! Assim, como os campos floridos cujos
sempre me aparecem, desavisados,
coitados, que dentre os lírios,
não há
quem exale odor mais fétido do que eu.
- As formigas que se alimentem de
outro doce!
Eu, sempre fel, sempre egoísta, não
acalento coração que arde.
E de que
me serviu uma vida de amores?
De nada! De nada!
Sou intragável! Amargo!
Não há quem tire isso de mim.
Até os deuses já me rotularam:
Blasfemador dos amores, Demônio de
cetim.
Não me
importo!
Pois de que me serviu uma vida
inteira de amores?
De nada, de nada!
Que castelos eu levantei?
Que princesas eu salvei?
Fui apenas o veneno que fechou suas
pálpebras.
Se hei de ser vilão, e nada,
Que assim seja:
Que eu espreite o rebanho, e, de
vez e sempre furte um beijo de amor
que me
alimente.
E retorne, até que não haja mais
amor.