"Como trata Erasmo de
Rotterdam em elogio da loucura: “O homem tende sempre a deixar a verdade de
lado para correr atrás do falso”. É tão certo tal pensamento que quando um
pregador em um sermão trata de assuntos sérios e reais, os ouvintes bocejam,
cochilam; Tamanho é o desinteresse. No entanto quando conta uma lenda ilusória,
aventuras irreais de algum guerreiro heroico, todos matem os ouvidos atentos e o
sono se vai com a realidade. Indo um pouco além do pensamento do autor. Podemos
evidenciar tamanha verdade em exemplos atuais; Quando uma lenda qualquer que
seja, se torna real na mente de quem conta, e na mente da maioria de quem a
houve ou ler, esta já se torna tão tediosa quanto os sermões sérios de que
tratei anteriormente. Para falar a verdade, o fascínio das estórias está no
acreditar individual do ser humano. Quando a maioria acredita, estas lendas se
tornam reais e sérias e perdem a graça, dando aos ouvintes o sono cego por conhecerem
uma verdade ilusória que não permite que se imagine dentro do enredo. Contos de
fadas são interessantes para crianças por que elas se permitem entrar nas
estórias. Quando adultos, muitos são ainda induzidos a crer em contos de fadas,
porém, nestes contos não há espaço para imaginar uma realidade em que o
individuo seja o personagem principal, que é a graça da fantasia, donde ai se
perde a graça da loucura. Pois se muitos se encontram loucos, loucos são
aqueles que são sensatos. Concluímos então que a loucura é algo individual,
cada individuo tem a sua loucura particular, quando esta loucura se propaga
para muitos a insensatez se torna o sensato e o contrário à loucura. Agora
imagine quantas loucuras há no mundo travestida de sensatez." ( Se os cães falassem.) Samuel ivani