quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Calma alma.

  Diante do meu passado, resta-me à alma.
 Justo eu que tanto a ignorei, 
 eu que a vida inteira fui um descrente;
 E mesmo assim, chego ao fim, como todos, 
 e resta-me apenas à alma;
 Não a minha, nem a de nem um outro.
    Talvez a alma de um louco a vida toda,  e que no fim: 
 Restou-lhe apenas o que nunca teve. 
 Ao final, quando pouco resta,
 um pouco sempre ainda importa...
 Até que o tempo vai se fechando, 
          e gradativamente o mínimo vai             
ganhando mais importância e, 
 quando nada mais resta, sobra-nos o irreal, 
 sobra-nos a imaginação. 

Ao final, descobrimos que o que sempre tivemos, 

               fora sempre o irreal de nossa imaginação... 
 Ao fim, quando nada mais de real existe, 
 resta-nos à alma
  Ai se descobre o real sentido dela... 
                                                                        
                                                            Samuel Ivani

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Passou

                      

         

Sou quem eu sou! 
Quem haveria de dizer que não. 
Mas quem eu sou? 
Talvez eu seja alguém que não verei; 
Sou tantos e nenhum, é certo. 
Sou poucos e alguns quem eu mais desconheço. 

Sou um velho que não viveu... 
Uma criança que não criou...
Um adulto imperfeito.
Sou um amante dos poemas inúteis.
Quer algo mais inútil que um poema?
São recitados por tolos que almejam uns beijos,
Sendo que recitados ou não, 
conseguiriam do mesmo jeito. 


Quem eu sou? Quem eu mereço ser?
Sou um velho sem passado
Sou uma vida que pouco foi
E morrerei, é certo.
Quem haveria de fugir desde destino? 
Se ao menos tivesse tempo de viver quem eu sou,
Mas em breve morrerei. 

Sou um velho! 
Um velho sem um bosque,
Um velho sem uma mania.
Que velho não carrega consigo uma mania
Daquelas que refletem quem um dia foi?
Sou um velho, é certo, e morrerei. 
E quem sou? não sei!
Só peço ao tempo, que me deixe viver
na vida real quem eu sou;
que me deixe “Ser” antes de morrer. 

E no fim, quem eu sou...? Não sei! 
Quem haveria de dizer que sabe.
Uma coisa é certa, sonhei diversas vidas.
O que mais fiz nesta vida foi sonhar,
E amei, definitivamente eu amei...
e viver... viver mesmo...quem sabe? 


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sentimentos

                               
                               Deu saudade de um poema...
                               Daqueles que falam de um amor,
                               Que nunca sinto.
                               Um poema, daqueles tão inúteis como todos...
                               Mas falta-me inspiração... Falta-me aquele sentimento...
                               Eu devia ser fiel aos meus próprios sentimentos.
                               Mas não me culparei! 
                               As pessoas é que não me cativam o suficiente.
                               Eu devia amar intensamente uma vez,
                               Em vez de amar em menor proporção,
                               Diversas vezes.
                               
                               Mas devia eu amar as opções de um poema...
                               Daqueles que dão saudade...
                               Um poema antigo, daqueles que veneram deusas do amor.
                               Devia eu mesmo era amar... Mas faltam-me as guerras,
                               Faltam-me as batalhas.
                               E esses amores já prontos,
                               Que vêm em embalagens cegas?
                               Esses amores vestidos... Esses sentimentos vestidos,
                               De que me servem?

                               De nada servem eles... ao meu amor egoísta, 
                               De sentimentos sempre nus... 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Não muda

Amadurecer é sempre bom. As vezes crescemos tanto por dentro que é necessário trocarmos até de pele para continuarmos crescendo. Existem momentos que cansamos das nossas antigas convicções, nossas crenças ou descrenças. Cansamos de nossas esperanças, nossos sonhos, sejam eles realizáveis ou não. Cansamos da monotonia, do passar lento da vida, que dá vontade de largar tudo, que não é muito, e correr atrás de um sol que brilha só aos fins de tarde.
E o que dizer dos amores? Aqueles antigos, que nós mesmos os tornamos impossíveis. Dá vontade de jogá-los para o alto, e correr atrás de um amor adolescente, desenfreado, sem razões.
E aquele antigo amor que não vingou? Aquele que se tornou cinza com o tempo, e que vivê-lo na vida real ou no mundo imaginário de nossas mentes já não tem mais aquelas cores de antigamente, e cujo somos fracos demais para descartá-lo, pois já se tornou rotina. É preciso esquecê-lo de vez, porque o mundo é tão colorido.
Sabe, quando a vida se torna previsível demais, quando a gente se sustenta apenas por razões antigas, quando o futuro não se diferencia do passado, nem do presente, porque há muito tempo que paramos de viver intensamente o presente? Desta forma, não construímos mais o passado nem conseguimos imaginar um futuro? Saiba que hora de mudar, de buscar novas razões, novos sonhos, até mesmo os mais simples. Mudar tudo mesmo! Ouvir novas músicas, ver novos filmes, usar aqueles acessórios que jamais usaríamos. Deixar de viver para os outros e viver mais para si. Quem sabe até correr pelado na chuva, nadar num lago gelado ou escrever um maldito diário. Por que não?
Você pensa tudo isso de madrugada, e quando amanhece, você nota que nada mudou, que as pessoas a sua volta são as mesmas, com a mesma rotina, até mesmo com as mesmas falas. Você então respira, olha em sua volta mais uma vez, então nota que não tem escolhas, a não ser, continuar o mesmo. É inevitável. S.I

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Falta confiança no leitor brasileiro.







O brasileiro historicamente não crer no próprio potencial, desta forma, com o complexo de inferioridade dentro de si, não crer também que outro brasileiro possa criar algo bom, principalmente se tratando de literatura. O problema se encontra também na falta de um escritor que possa mudar esta realidade; um que seja tão original e diferenciado que possa recuperar a confiança do leitor no potencial do autor, e consequentemente, recuperar a confiança do leitor em si mesmo. 
Tá na hora de uma revolução literária, e esta, por sua vez, só poderá partir de um autor corajoso o suficiente para fazer a diferença. Os brasileiros só leem literatura de outros países, não podemos nos culpar, portanto, por não termos hoje nenhum prêmio Nobel de literatura ou qualquer outro, pois só podemos criar algo original se nos influenciarmos ou em algo original ou na própria mente, caso que nunca ocorrerá se continuarmos a ler literatura fantástica e romances clichês de outros países. 
Bem...! Boa parte também é culpa da educação brasileira, historicamente pouco incentivada. 
Tanto é que, quando notamos numa estante um livro cujo é até legal a capa, quando lemos o nome  do autor e constatamos que é brasileiro a sua qualidade já entra em julgamento inconscientemente. Podemos averiguar esta triste realidade no fato de que muitos escritores, a fim de ter mais aceitação, criam pseudônimos americanizados. Por isso, eu digo que precisamos de alguém que realmente revolucione nosso cenário livreiro no Brasil; alguém que acredite também no potencial do leitor. Os autores brasileiros já escrevem confiantes que não serão lidos, justo, porém, estes, não serem lidos mesmo. "Quando encontrarmos o autor que acredite em si próprio, um autor que acredite no potencial do leitor brasileiro, este revolucionará a literatura brasileira."