Diante do meu passado, resta-me à alma.
Justo eu que tanto a ignorei,
eu que a vida inteira fui um descrente;
E mesmo assim, chego ao fim, como todos,
e resta-me apenas à alma;
Não a minha, nem a de nem um outro.
Talvez a alma de um louco a vida toda, e que no fim:
Restou-lhe apenas o que nunca teve.
Ao final, quando pouco resta,
um pouco sempre ainda importa...
Até que o tempo vai se fechando,
e gradativamente o mínimo vai
ganhando mais importância e,
ganhando mais importância e,
quando nada mais resta, sobra-nos o irreal,
sobra-nos a imaginação.
Ao final, descobrimos que o que sempre tivemos,
fora sempre o irreal de nossa imaginação...
Ao fim, quando nada mais de real existe,
resta-nos à alma
Ai se descobre o real sentido dela...
Samuel Ivani