quinta-feira, 29 de maio de 2014

A tua parte nos meus sonhos



Esta maldita falta de inícios!
Ora!  Dizei-me que não é se não, vivenciar um fim eterno? 
Esta calma, esta alma que não me diz nada,
Esta falta, donde sobra sempre uma indecisão.
Estes desvarios revirando um coração
Que não pediu, nem nunca desejou ser revirado!
Quem me dera pudesse sonhar e realizar...
Mas meus sonhos, embora possíveis,
Esbarram sempre na parte que confere ao outro.
Esbarra sempre na falta de mutualidade,
Naquela falta do comensalismo necessário...
A parte que me confere é sonhar. 
A tua, é realizar...
Como eu queria acordar um dia,
E  ver aqueles sonhos que sonhei acordado
Descansando em um sono justo,
Dando espaço para a realidade...
Aquela realidade que quase não cabe nos sonhos...
Mas a vida é assim: se são sonhos,
São quase irrealizáveis...
Ora, dizei-me que esta falta de início,
Não é vivenciar um fim eterno?
Se bem que, talvez os inícios que não vejo,
São aqueles que eu não  construo.
Embora eu tente, talvez esteja começando
No sentindo errado, exatamente na ponta que é o fim...
Ora, não é certo que quem que viver os inícios
Tem que ir devagar, começar do principio? 
É! Eu apenas estou querendo burlar a regra da vida,
Querendo viver o meio, o ápice, na hora errada...  
Deste modo, vivencio o fim sempre,
Porque não me dou à chance de viver os inícios...  
Vamos pensar assim. 
É mais politicamente correto...