quarta-feira, 4 de junho de 2014

Viva


Oh vida!
Dai-me as cores dos amores   
Dai-me as dores dos amores
Dai-me flores
Oh vida!
Dizei-me onde escondeste as flores?
Hei de buscá-las onde quer que estejam
Embora as tenha escondido
No olhar daquela princesa,
Aquela mesmo, que me olha daquele jeito...
Oh vida!
Traz de volta aqueles olhos
Traz de volta aqueles sonhos
Aqueles que eu canto...,
Embora estranhos...
Traz de volta o tempo
Se não der, que crie novos
Ouça-me:
Viva!
Não se mantenha
Mude
Não descanse
Estrebuche
Senão de realidade
Que se iluda.
Mas viva!
Se não de flores vivas
Que sejam murchas,
Se não de muitas cores
Que sejam turvas
Mas viva!
Se não de canto, que uive
Se não de gritos, que escute
Se não de sanidade
Que seja de distúrbios.
Mas viva!
Se não de amores
Que seja de sabores.
Se não devagar
Que seja de estouro
Só não pare!
Viva
Se não de esquerda
Que seja de direita...
Se não de coisas feitas
Que inventemos a receita.
Mas vida, ouça-me:
  Viva! 

Samuel Ivani
Ouça