terça-feira, 4 de novembro de 2014

Tão inútil aos homens

                 
  
              
Amei! Como eu amei!
Não houve alguém no mundo que,
carregasse tantas paixões de uma só vez;
amei a música, a solidão,
a multidão, a beleza humana.
Tanto amor, pra quê?
Não me encontrei em lugar algum,
Mas estive em toda parte.
Eu não sou daqui!
Não vim para aqui!
Quem me trouxe estava completamente errado.
Resolvi viver, intensamente, poucos momentos,
E nesses instantes tirei-me o dom da vida.
Troquei anos por momentos,
Valeram apena!
Digo que valeram apena.
Por isso os bons morrem jovens.
Ah! Tempo?
Quem tem tempo para desperdiçar
Vivendo uma vida medíocre.
Vivi intensamente.
Derramei lágrimas de amor,
Sangrei minhas benditas cicatrizes,
Aquelas que eu criei do nada.
Hoje, mas que as paixões,
carrego dores. Não dores metafísicas;
Dores físicas,
Essas que matam os homens.
Valeram apena.
Digo que valeram apena.
Eu devo ser uma estrela, cuja fora notada
apenas no momento em que desaparecia.Uma estrela cadente,
tão inútil aos homens, vista por poucos,
E, mesmo, estes que viram,
coitados, não tinham bolsos.
Tolos sem imaginação!
Mas, amei!
Ninguém dirá que não amei.
Amei a minha terra, meus conterrâneos do passado,
Os heróis, defensores dos impérios.
Os homens de hoje, porém, tão indignos,
não ama o chão que lhes mantêm de pé.
Quão triste é essa época que vivo.
Quão tristes são esses disparates que escrevo,
Mas preciso, senão dirão:
“Ele se foi, porque escolheu não seguir a maioria em suas crenças.”
Não foi por isso.
Mas, como as estrelas,
Deixarei o meu brilho,
para aqueles que ainda possuírem bolsos.
Fui feliz, não brilhei tanto quanto desejei,
Porém, fui feliz.
Quem disser que não,
não me viu, não me compreendeu.

Samuel Ivani 

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