quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Moça de Barcelona



Não, eu não sou real.
Sou um sonho despercebido de uma noite quente,  
Um boxeador que tantas vezes foi à lona; 
Um louco que se encanta, que ver, aqui do chão,
os sorrisos de Barcelona.  
Sou um sonhador com as bochechas na fronha, 
Com os olhos no mundo e os pés no outono; 
Um bobo que viu nos teus olhos a certeza; 
Um sensato que viu na tua boca
que dois dedos de prosa contigo 
valem mais que uma conversa com o mundo inteiro. 
Tens a cor da pele mais cheirosa, um mundo, 
um mapa, tatuado às costas. 
Tens um sorriso que dispensa amostras. 
Quem dera eu sorrisse assim tão cheio! 
Moça dos cabelos caramelos, dos olhos de céu,
Parece que tu enxergas o mundo com arte e a visão 
de uma deusa do deserto.
Parece que teu mundo é um riso sereno,
daqueles que se ouve ecoando na abóboda de uma catedral medieval.
Teu coração, terra selvagem, floresce a cada canto, a cada pensamento.
Moça de Barcelona,
nesse teu corpo moreno, a arte de viver parece repousar calma,
e tu'alma preenche todo o espaço real e dos sonhos.
Teus olhos de outono se desmancham em cachoeiras que desaguam ali
E o mar se encanta a cada gota de sorriso que recebe de ti.
Quem dera eu sorrisse assim tão cheio!
Moça, daqui a pouco é janeiro, é outro ano...





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