segunda-feira, 30 de abril de 2018

Guerra



Ironias a parte







O tempo é propenso as adversidades...
Que continue assim...
Que ninguém se entenda, que disseminem o ódio;
Que a violência prevaleça sobre o bom senso e o sangue dos inocentes jorre das veias até encher os vasos dos reis.
Que se matem por ideias que eles não tiveram,
 mas que as carregam como se fossem filhos das próprias entranhas.
Que as vísceras daqueles que discordam sejam usadas como tapetes para os nobres
desfilarem nos salões reais.
Ah, o tempo é propenso as exceções.
Que continue assim...
Que nos roubem o petróleo, as águas,
as plantas, que nos deixem nus, como viemos ao mundo.
E que ninguém dissemine as dúvidas, afinal, guerras nascem de certezas.
É preciso mais e mais certezas cegas...
E distribuí-las nas barracas das esquinas, nos bares, nas redes sociais, na tevê, em toda parte, assim, com todos cheios de certezas não sobra espaço para ouvirem o outro e o caos prevalece.
E que continuem assim...
Todos manipulados pelo Coronel Venceslau Pietro Pietra; que se matem pelas diferenças, pelas convergências, pela moral, pela família,
por qualquer coisa, só não se entendam, senão a guerra não arrebenta.
Não me juguem, não me julguem, eu sou um artista, preciso de guerras, de ditadura para a minha obra florir.
Rosas cultivadas em canteiros não são belas.
É preciso que elas nasçam do sangue em meio aos entulhos da guerra para ter sentido o vermelho de suas pétalas. Grandes obras nascem da dor.
Não me julguem! Não me julguem! Eu sou só um artista!

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