domingo, 13 de julho de 2014

Verme



Eu não sou nada!
Não sou poeta, tão pouco escritor.
Poeta eu não sou, porque tento sempre dá razões ao amor e a poesia,
 Mas ambos não cabem razões.
Sentindo dá ao amor quem ama... Eu não amo. 
Escritor eu não sou, pois não sei gramática. 

Eu não sou nada!
Tudo que eu faço, que me parece, de inicio, um acerto, 
Acabo os transformando em chagas que sangra o restante da vida. 
Não posso construir nada, pois não sei lidar comigo com alguma razão.
Reconheço-me apenas vazio, quando muito, cheio de dor, de impossibilidades. 

Martírio meu. 
Mas sei quem sou: um fracasso,
Poeira que vaga em círculos e cega os homens;
Sou asas de um pássaro já morto,
Nem de alimento para os vermes sirvo.
Sou a vergonha que a escória esconde.
Sou nada e nada digo! 

Sou o brinquedo de um louco, no canto esquecido.
Sou apenas cacos de uma estrutura nunca definida. 
Uma teoria impossibilitada de ser comprovada. 
Logo, eu sou um fracasso.

Sou uma moléstia, um pecado... 
Outros podem me salvar, mas não antes que eu morra. 
Eu o que posso fazer é caminhar para a morte. 
Que mesmo estático em relação à vida, sempre chega para todos.