Há pequenas coisas na vida que para pessoas
intensas são um universo. Como uma lágrima solitária, daquelas facilmente
disfarçáveis, que desliza uma distância muito curta na curva da bochecha, mas
que são-nos as mais difíceis de serem expelidas, as mais pesadas; tal qual um
grão de areia que é carregado por um
deserto imenso, á duras penas, mas que, entretanto, só ele é suficiente para
formar uma pirâmide inteira.
Ou como aquelas cenas que sempre se repetem e são
ignoradas por muitos, como o céu azul com poucas estrelas visíveis em uma noite
de lua. Não há quem diante da percepção de ser tão pequeno diante de um
universo tão grande não se sinta privilegiado, (privilegiado, não grato) por
ainda que, minimamente, fazer parte de tudo aquilo, e ai derramar, não uma
lágrima solitária, mas um rio de lágrimas, porque a vida é bela, ainda que
maior parte dela sejamos nós que inventamos. Ou mesmo ao observar em volta e notar o vento que
levemente move as folhas das plantas e, estranhamente desejar também ser movido
pelo o vento, porque escolher é sempre um martírio.Essas pequenas coisas dão
sentido à vida, a quem o busca, porque existem muitos que são mesmo movidos pelo vento.
A
vida é tão simples. Existem apenas dois lados; o que vivemos em nossas mentes,
e a realidade, ou melhor, a parte da vida que inventamos e a parte menor, que é
a realidade. Ouvimos que é preciso amar as pessoas como senão houvesse o
amanhã, porém, mesmo sabendo que algum dia não haverá de fato, sem acreditarmos
nisso, esperamos quase sempre o amanhã para amar mais, pois temos a
característica louvável de pensar que sempre temos tempo. Eu penso ser muito inteligente, mas a
realidade me mostra que sou um idiota, porém nego a realidade o tempo todo. Mas
essa é uma característica de todo mundo. Não serei eu que irei me recriminar por isso. Negamos sempre a
realidade. Que bosta!