terça-feira, 14 de julho de 2015

Eis que me dei conta


Eis que retorno a minha condição natural; aquela sensação estranha, ou melhor, aquela certeza humilhante de que fui idiota o tempo todo. Depois que os sentimentos passam, todas as ações perdem o sentindo. O que não muda são as letras das músicas que relacionamos aquela pessoa que um dia alimentamos qualquer coisa muito parecida com amor. Alguém precisa avisar os vizinhos, no rádio, enfim, ao mundo, que eu não consigo mais ouvir aquelas músicas. O problema de relacionar músicas às pessoas é que as músicas não mudam de acordo com as nossas desilusões. Já as pessoas mudam o tempo todo. Eu mudo num piscar de olhos, principalmente a direção do meu olhar.

Hoje vivo aqueles embaraços corriqueiros tão conhecidos meus; aqueles que nos levam a pensar, o quão bobos fomos, ao agirmos impulsionados por qualquer sentimento que nos dominava. Não os  repugno, não os torno menos nobre do que os sentimentos que sentia enquanto vivia aqueles amores que inventei em minha mente. Todos são dignos de honra e me constroem de alguma forma. A verdade é que existem pessoas intensas demais, que não se contentam com meios termos. Essas pessoas acabam utilizando sentimentos que seriam suficientes para serem gastos em anos em poucos segundos, pois  o desgaste é proporcional à intensidade. - Acabo de desvendar uma lei matemática e relacioná-la aos sentimentos humanos. - Vejam: como posso eu menosprezar os amores que inventei todos esses anos, se eles me rendem tantas descobertas importantes?! Isso é muito clichê!  

Uma vantagem meus queridos leitores: a partir de agora, me terão sendo eu de novo, com aqueles poemas fortes, sem hipocrisia, sem a tentativa tola de não decepcionar alguém. Mas uma vez eu quero que o mundo se exploda e obviamente, que leve junto os hipócritas que por aqui vivem melhores do que eu.  Que se vão com suas frases clichês, com seus sentimentalismos baratos...!

Cumprindo a promessa de Arnold Schazenegeer: eu voltei e  comigo, diferentemente do que se espera, não voltaram às andorinhas, e sim corvos, abutres, hienas, dilaceradores de vísceras, exatamente como as pessoas que dilaceram meus sentimentos gratuitos. É natural dos homens menosprezarem o que lhes é oferecido sem a exigência de recompensas. Eu é que sou bobo demais. 

É Dostoiévski, seguindo seus conselhos tenho sido idiota desde a minha juventude, espero que a sabedoria me surja a qualquer hora, como prometido.   


ME AGUARDEM!  

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