quarta-feira, 30 de julho de 2014

Indispensável


Guardo fora de mim um grito.
Um grito muitas vezes proferido, 
Mas nunca ouvido,
Tanto que, ainda precisa ser dito.
Talvez, nem tanto ouvido,
Se ele pudesse ser vivido.
Mas sei lá! Parece impossível. 

Guardo, fora de mim um grito;
Daqueles que  dito apenas uma vez
E em silêncio, bastaria. 
Não para ser compreendido,
Mas para ser sentido.
Um grito sem razões nítidas.
Pois assim como as estrelam brilham
Independente de se conhecer os motivos,
Meu grito deveria ser sentido,
Mesmo sem sentido no que diz. 

Guardo em mim um grito, 
E rogo a  Deus, que o guarde também contigo. 
Um grito, que se acompanhado de  lágrimas,
Seria um enorme desperdício. 
Ele, invariavelmente, precisa surgir de um sorriso
E seguido de uns beijos; aqueles sonhados,
Mas nunca vividos. 


terça-feira, 29 de julho de 2014

Em verdade vos digo


"Existem pessoas tão intensas que basta um segundo para que se tornem especiais. Existem outras, em contra partida, que uma vida toda não basta. Já outras, em número bem menor, nos conquistam aos poucos, com gestos despretensiosos, com simplicidade..., e assim como pequenas gotas de chuva enchem um lago inteiro, elas se tornam especiais, não do nada, mas sem razões aparentes. Tornam-se especiais, ao ponto, que depois de um tempo, só o fato delas existirem nos basta. Estas são as pessoas que são, de fato, eternas."    SAMUEL IVANI

Guardo comigo algumas pessoas eternas... E me importo muito com essas pessoas que me fizeram entender o valor de uma amizade,  mesmo que eu, catastroficamente, não tenha aprendido.
Guardo as pessoas que eu fiz sorrir, e que me tornaram especiais porque, com isso, me proporcionaram momentos felizes, já que sorrimos juntos.

Inspiração é o reflexo do melhor do outro e do mundo em nós. É a concretização em qualquer linguagem ou forma, da beleza a nossa volta, que apenas apreciar não nos é suficiente. Não posso deixar que morra em mim a beleza que vejo nos teus olhos.

"Guardo comigo aqueles sorrisos que apertam os teus olhos, os deixando estranhamente lindos."

sábado, 26 de julho de 2014

Eu disse


Tudo que eu criei aqui, desde a primeira letra até a última fora pensando em ti, se não diretamente, ao menos fora pensando na reação que teria ao ler. Agora minhas razões se foram. Você é insubstituível, e não são minhas tolas palavras que irão acabar com todas as minhas ações ao longo de anos. Aqui termina minhas postagens, pois não tenho mais a quem dizer.  Seleciono o que criei diretamente pra te dizer qualquer coisa. No primeiro poema encontra-se a quem digo isso. 

Ócio                                                                       Tanto quanto já viram o amantes                                  

Amo um passado teu                                              Eu que pensei

Apoético     

 As pessoas são flores de beleza perceptível apenas na ausência                                                                              
 Também 

Sem enganos                                                          Amor dos imperfeitos


                                                                              Tempos da saudade                             
Típico das ilusões 

Eu nunca amarei                                                    











Minhas asas


Que eu seja asas,  e tenha  escolha de não voar.
Que eu seja fera, e escolha não devorar sem fome.
Que eu seja raiz, e saiba aproveitar os ventos sem nome,
Que eu seja céu e aprenda a perdoar.

Que eu seja as águas dos rios e aprenda a voltar.
Que eu seja as águas do mar, e dance como ondas.
Que eu seja  sol,  e aprenda a brilhar de longe.
Que eu seja lua e aprenda influenciar o mar.

E que  tudo que eu seja,  seja sorrindo
Se não de verdade, que seja fingindo.
Se não de realidade que seja de sonho

Mas que eu exista, nem que seja de vez em quando
E que eu seja aos olhos normais: eternamente estranho.
Nem que eu seja aos olhos normais: eternamente um engano.  

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Minhas críticas a intelectualidade

"Reverencias aquele cujo citas ideias alheias, e trata como um tolo aquele que tem ideias oriundas de suas próprias reflexões e observações, se esta, não vier acompanhada com uma citação de um grande autor." João da Bodega.


É como se o mundo não aceitasse ideias que nascem dos devaneios humanos tão comum, a menos que essa ideia tenha surgido a partir das ideias de outros. Me é inaceitável essa intelectualidade que precisa ser fomentada sempre com ideias alheias, é como se o primeiro homem tivesse a primeira ideia e, depois disso, ela fora evoluindo até essas vastas teorias que conhecemos. Ninguém mais tem a autonomia pra criar e se cria mesmo assim, tua teoria só será aceita depois da morte; talvez porque não possa tu mesmo, aperfeiçoá-la depois de morto, no entanto, cabe aos tolos tentar torná-la mais bela aos olhos dos sensatos incapazes de pensar. Trágico isso. 

Pensava, anteriormente,  que o fato de não ter lido livros na infância e adolescência tinha me feito  perder muito tempo, pois poderia ter desenvolvido minha escrita muito além. No entanto, compreendi depois, com auxílio da leitura, que na verdade, se caso eu tivesse lido todo esse tempo, eu teria simplesmente perdido minha capacidade de pensar, pois me enchendo com pensamentos dos outros, eu não teria tempo nem disposição para desenvolver meus próprios pensamentos. Não teria desenvolvido minhas teorias, embora absurdas aos leigos. 
Sei que a maioria de minha ideias, muitos já pensaram o mesmo. No entanto, essas teorias e pensamentos, surgiram de minhas reflexões e observações do mundo.  Portanto, são meus conhecimentos e não há quem tire isso de mim. E quando me deparo com ideias que batem, quase em sua totalidade, com minhas ideias próprias, eu fico feliz, pelo o fato de ter pensado o mesmo. Isso só prova minha teoria que não mudamos desde a racionalidade: essencialmente somos os mesmos. O meu único prejuízo fora na questão gramatical, pois só realmente se aprende, lendo. Já no quesito criatividade não tive grandes perdas, pois se tem uma coisa que eu sei fazer de forma natural é pensar, ou seja, criatividade eu tenho de sobra. E quanto ao estilo de minha escrita,  eu não quero ser influenciado, crio meu próprio estilo o tempo todo a cada palavra, e hão de aceitá-lo tão naturalmente quanto escrevo.

Nunca me dei com a ideia de que um indivíduo é considerado intelectual respeitado; quanto  mais reproduzem ideias de outros autores,  do que quando desenvolve ideias próprias. Hoje, não se engrandece a capacidade de pensar, e sim, a capacidade de armazenar conhecimento desenvolvido por outros. Estes pobres que se dizem inteligentes, ou eruditos, sempre citando belas frases, autores famosos, coitados, não passam de escória. Sãos estes comparados a meros dispositivos de armazenamento de dados; se enchem de ideias dos outros porque não têm capacidade de pensarem por si próprios.   

Eu vou viver de minhas ideias, o mundo há de ter que aceitá-las. São minhas ideias, oriunda de minhas reflexões,  portanto, são válidas  e nelas deposito minha total credibilidade. Fodam-se aqueles que se enchem de leituras; retém o maior número de informações possível e sentem-se superiores, mas que, na verdade, tem na mente, apenas ideias mastigadas por outros.
 O mundo há de, no tempo certo,  enaltecer a minha originalidade. Não vou desistir delas; são dignas de notoriedade, pois foram geradas de minha capacidade de parar pra pensar sobre o mundo a minha volta.       

SAMUEL IVANI 
O livro A arte de escrever de SCHOPENHAUER só evidenciou meus pensamentos, apesar das contradições que fazer essa citação me confere.


[...] Assim, todo pensador autêntico se assemelha a um monarca: ele atua diretamente e não reconhece ninguém acima de si. Seus juízos, como as decisões de um monarca, são provenientes de seu poder supremo e não contêm qualquer mediação. Pois, assim como o monarca não aceita ordens, ele não aceita nenhuma autoridade, de modo que só é válido o que ele mesmo comprovou. Em contrapartida, as mentes vulgares, emaranhadas em todo tipo de opiniões válidas, autoridades e preconceitos, são como o povo que obedece calado às leis e às ordens. 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Quando eu cresci



Antes, eu percebia que não tinha asas,
Mas queria voar com toda força;
Antes era um pássaro e não queria pousar,
Era um pássaro e não precisava de garras.
Hoje sou águia, e só preciso voar até a Itália,
 Para afiar minhas garras, nos  mármores de lá.
Não afia direito, mas é chique.

Antes, eu acordava com o coração acelerado
Louco pra viver...
E acordava pra sonhar. 
Havia tanta vida sob o sol.
Pouca gente, mas tanta vida!
Hoje, adiu o levantar, o sol não mais me chama.
Até parece que crescer dá preguiça de viver.
Hoje, não  vejo muito lá fora:
Há tantos falsos sonhadores
Destruindo os sonhos dos outros,
Que até dá vergonha de sonhar.

Antes, eu tinha tantos medos;
Medo do escuro, de lobisomem,
Dos discos voadores...
Eram medos tão reais que, no entanto,
No fundo, eu sabia que eles existiam
Apenas em minha imaginação.
E Isso, me tornava mais  vivo.
Hoje os medos são reais até demais;
Tenho medo de morrer,
Medo de perder aquilo que preciso tanto,
E além, o que não preciso também,
Só porque todo mundo tem...
Os medos que antes me tornavam vivo,
          Mudaram, e hoje,  eles me impedem de viver...    
      Até parece que crescer dá medo de viver.



 Samuel Ivani 

domingo, 13 de julho de 2014

Verme



Eu não sou nada!
Não sou poeta, tão pouco escritor.
Poeta eu não sou, porque tento sempre dá razões ao amor e a poesia,
 Mas ambos não cabem razões.
Sentindo dá ao amor quem ama... Eu não amo. 
Escritor eu não sou, pois não sei gramática. 

Eu não sou nada!
Tudo que eu faço, que me parece, de inicio, um acerto, 
Acabo os transformando em chagas que sangra o restante da vida. 
Não posso construir nada, pois não sei lidar comigo com alguma razão.
Reconheço-me apenas vazio, quando muito, cheio de dor, de impossibilidades. 

Martírio meu. 
Mas sei quem sou: um fracasso,
Poeira que vaga em círculos e cega os homens;
Sou asas de um pássaro já morto,
Nem de alimento para os vermes sirvo.
Sou a vergonha que a escória esconde.
Sou nada e nada digo! 

Sou o brinquedo de um louco, no canto esquecido.
Sou apenas cacos de uma estrutura nunca definida. 
Uma teoria impossibilitada de ser comprovada. 
Logo, eu sou um fracasso.

Sou uma moléstia, um pecado... 
Outros podem me salvar, mas não antes que eu morra. 
Eu o que posso fazer é caminhar para a morte. 
Que mesmo estático em relação à vida, sempre chega para todos.

sábado, 12 de julho de 2014

O nada de mim

                                       
                                      
                                       Trouxeram-me tudo. Quase nada vem de mim;
                                       Impuseram-me a beleza que enxergo,
                                       A flor, o amor que nunca espero. 
                                       Sou assim:  partes do aquém, bem longe de mim.

                                       Impuseram-me o gosto pelo os livros,
                                       As pessoas que aprendo amar,
                                       Os ventos que me devem envergar
                                       E a solidão em meus risos.

                                       Minha poesia também não é minha.
                                       Inspiro-me na vida dos  outros;
                                       No absurdo, no ritmo dos loucos.
                                       Eu, coitado, estou apenas nas entrelinhas.   

                                      A maldade, o pecado comum a todos,
                                      De mim não provém.
                                      Meus, são só os  outros e os castigos do além,
                                      E também a morte, que é minha, mas de todo mundo também.  

                                      Este amor que digo que amo, também não é meu;
                                      Pois nascera ele, da curva dos teus olhos castanhos
                                      Vingou-se e fora regado por teus encantos,
                                E morrerá de ti, dessa  tua espera e descanso,
                                      Mas renascerá noutros olhos, assim,  de repente, de espanto..., 
                                      Como este amor meu, que é teu, desencantou-se. 


Samuel Ivani
                                   

terça-feira, 8 de julho de 2014

As pessoas são flores de beleza perceptível apenas na ausência

   
A vida é um pequeno pomar em que tu cultivas as amizades, os amores, e o inverso disso também, sempre regados a emoções dos risos, que custam pouco ou quase nada. E há sempre nesse pomar da vida, algumas pequenas plantas raras que apenas  florescem uma vez por ano,  e outras, razoavelmente grandes que, no entanto, tu julgas comum, por serem simples, rústicas, e por não requerem tantos cuidados. Porém,  são estas, que sempre te proporciona frutos, alento e sombra quando tu necessitas, e principalmente, quando não necessita também. Mas em tua inocência,  tu investes todas as tuas energias e tempo nas poucas plantas raras, às vezes única, que te proporciona uma noite de vislumbre, isso, depois de muito trabalho e ter gasto, desproporcionalmente, um tempo muito maior do que os momentos que tu passas observando aquela flor que tu julgas bela por ser rara. Enquanto aquelas que são rústicas, que quase sempre dão frutos, que quase sempre estão verdes (mas não belas, pois verde é a sua condição natural), tu esqueces. Afinal, estão elas sempre prontas as tuas necessidades imediatas,   teus anseios, que tu se esquece de  podá-las, de regá-las... No entanto,  mesmo quando visivelmente não há necessidade, elas sempre precisam de um pouco de cuidado, para que não definhem com a falta de retribuição por as inúmeras vantagens que estas, que julgamos insensíveis, nos proporcionam.   

E inevitavelmente, estas plantas aos poucos vão diminuindo sua carga de flores e frutos e começam a perder seu verde costumeiro, e morrem. No entanto, este é um processo lento, afinal, são rústicas, aguentam tempo demais, porém, não percebemos este fato porque achamos que elas sempre estarão a nossa disposição, quando assim, julgarmos necessário. Até que um dia, na falta das plantas ditas comuns, notamos que uma noite de vislumbre frente a uma flor rara, não nos proporciona aquilo que deveras é essencial, como o alento de uma sombra, alimento e a beleza do simples.  

Aí, notamos a importância da eterna presença em nossas vidas, daquelas pessoas que nos fazem bem, que estão sempre dispostas a tudo quando precisamos, e o mais importante, quando não precisamos também. O legal de ser humano, é que sendo móveis e com livre arbítrio, sempre podemos mudar e embelezar os pomares daquelas pessoas que nos acham belos da maneira que somos; que nos valorizam por nossa simplicidade e por aqueles risos sinceros que proporcionamos de vez e quase sempre.  “Valorizamos e buscamos aquilo que não podemos ter,  e não percebemos que o que já temos,  é o que deveras nos é essencial.”  

 SAMUEL IVANI     

domingo, 6 de julho de 2014

Ser diferente é um erro?


Decidi que se é pra viver de sonhos, assim como a maioria, eu vou tentar calar a voz dos ventos, sentir a cor das estrelas, falar com as árvores, acreditar no invisível e ter a certeza do que  não veem nem os loucos. Que importa! Sei que não me julgarão um louco,  estarei apenas seguindo meus semelhantes. Vou amar quem não me ama o tempo todo. Se bem que, amar de verdade, é detalhe. Vou viver de sonhos, e morrer, de vez e sempre, de realidade.                                                                                                         
E se é pra ser como a maioria, eu vou ouvir os conselhos mais bizarros e surreais, de quem não conhece a vida além do seu próprio nariz. E vou seguir estes conselhos, apenas nas vistas de quem me aconselhou, afinal, sozinho sou outro. Vou tentar agradar gregos e troianos, se assim, isto me propiciar alguma vantagem... Não serei mais eu na maioria do tempo, mas que importa!                                                                                                                           
Eu vou viver e tentar ser feliz. Vou tentar conquistar aquele emprego desejado por a maioria dos que me cercam, pois eu, sendo humano como todos, não posso saber o que quero. Preciso, invariavelmente, querer o que todo mundo quer, e conquistar todos os desejos dos outros, caso do contrário, serei um fracassado aos olhos da maioria. E o que realmente importa,  é o que os outros pensam de você. E as opiniões da maioria a respeito de suas atitudes é que ditarão sua vida. 
Suas verdadeiras virtudes, são  elucidadas, de acordo com sua capacidade de simular os sentimentos, já que o que importa é o que veem as pessoas ao seu redor, então, pouco importa se está sendo verdadeiro ou não.  
Não serei eu na maioria do tempo, mas que importa! Não me destacarei em meio à multidão. Serei só mais um; bobão, me sentido  especial por ser um animal que fala, sonha, pensa, que é capaz de destruir seus semelhantes sem razões reais. Que é capaz de simular sorrisos, de mentir, de ser hipócrita... E que mesmo com todas estas características que devia me tornar herói,  não passo de só mais um, semelhante a tantos. 
Porém,  não é possível que gerações e gerações que viveram e garantiram a sobrevivência da espécie estivessem errados esse tempo todo. Certo que morrerei e serei esquecido, mas quantos também não nascem, crescem se reproduzem e morrem e nem sequer são lembrados enquanto vivem... Enfim, eu serei só mais um nesta longa história de sucesso. Tolo eu seria se resolvesse ser diferente. 

Samuel Ivani 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

As estrelas nada têm a ver com isso


Arranquei de alguma víscera  escondida em meu coração
Um desejo.
É! Um desejo.
Uma estranha e razoável vontade.
Advinda daqueles cabelos loiros coloridos artificialmente,
Do leve movimento das mãos que nunca pude tocar,
E das estrelas, que de nada tinham haver com tudo aquilo.
Mas haveria das estrelas me desenharem qualquer coisa,
E os ventos carregarem um sinal, nos seus suaves sopros
Que fizesse sentindo.
E tanto o vento, quanto as estrelas,
 Inclinavam-se e se deliciavam com aquele desejo.
Aquele delicioso desejo, talvez proibido.
Talvez real, talvez uma grande ilusão.
Se todas as ilusões, assim fossem..., que viva eu de ilusões.
E que de sonhar, eu renasça, naquelas estrelas que brilham
E que formam, o sinal que desejo,
Nos movimentos suaves  das mãos que só eu vejo.  Samuel Ivani


"Não me entreguem nada pronto.
Eu não desejo.
Busco sonhos
E deles eu crio meu enredo,
E que me escondam também seus palpites,
Deles não preciso.
Já sonho demais,
Já desejo demais,
Já amo demais
Mas se quiseres me roubar um pouco de amor, que assim seja..."